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Alforva (Trigonella feonum-graecum) – Desinflama e alimenta

A alforva é uma das plantas medicinais mais antigas. O papiro de Ebers, documento médico egípcio do século XV a.C., já a recomendava como emplastro para curar as queimaduras. Hipócrates salienta as propriedades curativas da mucilagem contida na sua farinha.

Nos países árabes ainda se cultiva como planta forraginosa para o gado, Deu-se-lhe o nome de foenum graecum (feno grego) porque se cultivava abundantemente em todos os países mediterrâneos, e em especial na Grécia, apesar de a sua proveniência ter sido originalmente o Médio Oriente.


Propriedades e Indicações:

As sementes da alforva são muito ricas em mucilagens e em proteínas. Em uso interno têm uma suave acção laxante, além de desinflamar e proteger todas as mucosas digestivas (acção emoliente das mucilagens) (1,2). Disto resulta que se estimulem todos os processos digestivos, facilitando um melhor aproveitamento de outros alimentos.

Embora se disponha hoje de muitos tipos de reconstituintes, a farinha de sementes de alforva continua a ser um remédio muito aconselhável para os inapentes (que sofrem de falta de apetite), magros e anémicos (1). Provoca o aumento do apetite e permite engordar de maneira natural. Tem-se utilizado com êxito na convalescença dos tuberculosos.

Como, além de tudo o mais, a alforva fornece ainda proteínas de fácil assimilação (27% do peso das sementes), minerais (ferro, fósforo, enxofre) e vitaminas, as mulheres orientais utilizam-na para arredondar as suas formas, satisfazendo assim o gosto estético dos esposos.

Talvez a aplicação da alforva hoje mais generalizada seja a externa. A decocção feita com sementes de alforva produz uma pasta rica em mucilagens, muito eficiente nos seguintes casos:

-Hemorróidas. Aplicada directamente sobre o ânus (3) em forma de cataplasma fria, ou em banho de assento (4); desinflama-as e reduz-lhes o tamanho.

-Afecções da pele: Feridas de difícil cicatrização, úlceras da pele, gretas dos mamilos e dos lábios, aplicada em cataplasmas; limpa e permite a sua cicatrização. É igualmente útil no caso de abcessos, furúnculos ou borbulhas infectadas, e na celulite, já que favorece a drenagem e limpeza da pele (3).

-Articulações inflamadas ou dolorosas (artrites, artroses, reumatismo articular); também em forma de cataplasma quente (3).


Preparação e emprego

Uso interno

1-Decocção com uma colherada de farinha de sementes por cada chávena de água. Toma-se em forma de papa ou puré. Pode-se acrescentar mel ou açúcar escuro.

2-Extracto seco: 1 grama em cada uma das três refeições diárias.

 

Uso externo

3-Decocção com 100 g de sementes trituradas (ou de farinha) por litro de água. Deixar ferver durante um quarto de hora. Aplicam-se em forma de cataplasmas sobre a zona afectada (frias para o tratamento das hemorróidas, quentes nos restantes casos).

4-Banhos de assento: Tomam-se com 2-3 litros da decocção descrita, fria.


Outros nomes: fenacho, feno-grego, ervinha,valfarva, alforba, alforfa, alforna. Brasil: alforga. Esp.: alholva, fenogreco, trigonela. Fr.: fenugrec, trigonelle. lng.: fenugreek.

Habitat: Planta originária do Médio Oriente, introduzida na Europa Ocidental a partir da idade Média. Cresce entre as searas e nas terras de lavoura.

Descrição: Pertence à família das Leguminosas, e não costuma ir além de meio metro de altura. Produz umas vagens estreitas e compridas, curvas, dentro das quais se encontram entre 10 e 20 sementes amarelas. Toda a planta tem um cheiro característico não muito agradável.

Partes utilizadas: as sementes.


Fonte: A Saúde pelas Plantas Medicinais, Vol.2, de Jorge D. Pamplona Roger

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