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equinácea

Equinácea ( Echinacea angustifolia D.C.) – Cura e previne aumentando as defesas

Os aborígenes dos estados de Nebraska e Missuri (E. U. A.), já usavam a raiz da equinácea para curar as feridas infectadas e as mordeduras de serpentes. Nos finais do século XIX, o doutor Meyer, um investigador médico, descobriu as propriedades desta planta convivendo entre os índios. A partir de então, a equinácea tem sido objecto de numerosos estudos científicos, que têm vindo a revelar as numerosas virtudes desta planta, assim como o seu mecanismo de ação.

Hoje a equinácea faz parte de diversos produtos farmacêuticos, e é uma das plantas sobre as quais existe um maior número de estudos científicos realizados.


Propriedades e Indicações:

A composição da raiz de equinácea é muito complexa. Têm-se identificado numerosas substâncias activas, que podem agrupar-se segundo o seguinte esquema:

-Óleo essencial: Constituído por mais de 20 componentes, entre os quais se destaca o geranil-isobutirato (61%); contém também terpenos (pineno, tuiona e outros) e cis-1 ,8-pentadecadieno, substância que, in vitro,  tem propriedades oncolíticas (destrói as células dos tumores). O óleo essencial parece ser o principal responsável do estímulo imunitário (aumento das defesas).

-Equinacósido: Glicósido constituído pelos açúcares glucose e ramnose, que têm um acentuado efeito antibiótico sobre diversos germes, em especial sobre o estafilococo dourado.

-Poliacetilenos, de efeito bactericida e fungicida (destroem as bactérias e os fungos).

-Um factor inibidor da hialuronidase, enzima produzida por muitas bactérias. A hialuronidase desintegra o ácido hialurónico (componente fundamental do tecido conjuntivo) e permite assim a difusão dos germes patogénicos. Ao inibir esta enzima, a equinácea detém a difusão dos germes pelos tecidos.

-Resinas, inulina e vitamina C. Como frequentemente acontece em fitoterapia, o extracto da planta (neste caso da raiz), é muito mais activo do que cada um dos princípios activos em separado. Isto deve-se a que uns componentes potenciam outros e, possivelmente, ao facto de existirem ainda alguns princípios por identificar.

As propriedades fundamentais da equinácea são as seguintes:

Imunoestimulante: Aumenta os mecanismos de defesa, por uma estimulação geral não específica, tanto da imunidade humoral (maior produção de anticorpos, activação do sistema de complemento), como da imunidade celular (fagocitose: destruição dos microrganismos pelos leucócitos). Produz um aumento do número de leucócitos (glóbulos brancos) no sangue.

Anti-inflamatória: impede a progressão das infecções, por inibição  enzima hialuronidase, produzida por muitas espécies de bactérias; favorece a formação do tecido de granulação, responsável pela cura das feridas; estimula a reprodução dos fibroblastos, células fundamentais do tecido conjuntivo responsáveis pela regeneração dos tecidos e pela formação das cicatrizes.

Antitóxica: Estimula os processos de desintoxicação no fígado e nos rins, mediante os quais se neutralizam as substâncias tóxicas ou estranhas que circulam pelo sangue.

Antibiótica e antivírica: Acção que se tem demonstrado experimentalmente in vitro. No entanto, in vivo é mais importante a sua acção de estímulo das defesas.

Anticancerosa, por destruição de células malignas (efeito até agora só comprovado in vitro).

Por tudo isto, as suas aplicações clínicas são as seguintes:

-Doenças infecciosas em geral: O melhor antibiótico fracassará se as defesas do organismo não colaborarem na luta contra a infecção. A equinácea actua sobre o terreno (isto é, sobre o organismo que sofre a infecção), mais do que destruindo os germes causadores da mesma. Isto significa que a sua acção é mais lenta, e talvez menos espectacular que a dos antibióticos; ainda que, em muitos casos, com melhores resultados a médio e longo prazo. O seu efeito é curativo e preventivo. Além disso, é isento dos efeitos secundários dos antibióticos.

Recomenda-se, entre outras, nas doenças infecciosas infantis; na gripe; na sinusite, amigdalite e infecções respiratórias agudas e crónicas, especialmente quando se produzem com frequência (efeito preventivo); na febre tifóide; nas septicemias (infecção do sangue) de qualquer causa (ginecológica, urinária, biliar, etc.) (1,2).

Tem-se aplicado com êxito no tratamento da sida, combinada com outros remédios, com resultados muito esperançosos.

-Lesões da pele: Pela sua acção anti-infecciosa, cicatrizante e regeneradora dos tecidos, aplica-se nos abcessos, feridas ou queimaduras infectadas, foliculite, acne sobreinfectada, úlceras da pele incluindo as varicosas, psoríase, dermatoses e eczemas (3,4,5). Nestes casos aplica-se tanto externa como internamente (1,2).

-Picadas de insectos e mordeduras de serpentes. Pela sua acção desintoxicante, neutraliza (parcialmente) o veneno e evita o seu alastramento. Também se deve aplicar interna (1,2) e externamente (3,4,5).

-Afecções prostáticas: Tem um efeito descongestivo sobre a glândula prostática e, sobretudo, evita as frequentes infecções urinárias pelo esvaziamento incompleto da bexiga (1,2).

-Tumores malignos: Ainda que até agora a sua acção contra os tumores só se tenha demonstrado experimentalmente in vitro, há razões suficientes para se pensar que possa ter uma acção benéfica no caso de tumores cancerosos. À espera de novas investigações, a equinácea só se deve usar como complemento de outros tratamentos contra os tumores (1,2).


Preparação e Emprego

Uso interno

1-Decocção de 30 a 50 g da raiz triturada, por litro de água, de que se tomam de 3 a 5 chávenas diárias.

2-Preparados farmacêuticos: Normalmente, a equinácea apresenta-se em diversas formas: extracto fluido, tintura, cápsulas, etc. Nestes casos é necessário seguir as instruções do impresso.

 

Uso externo

3-Compressas com a mesma decocção que se usa internamente.

4-Loções com o líquido desta mesma decocção.

5-Preparados farmacêuticos: pomadas, cremes ou outros.


Sinonímia científica: Echinacea pallida Nutt.

Outros nomes: Esp.: equinácea Fr.: rudbeckie à feuilles étroites. Ing.: echinacea, purple coneflower.

Habitat: Originária da América do Norte. Cresce nas planícies e nas margens arenosas dos rios, sobretudo no vale do grande rio Mississipi, de onde é oriunda. Cultiva-se como planta medicinal no Centro da Europa.

Descrição: Planta da família das Compostas, cujos caules ocos podem atingir um metro de altura. Apresenta umas folhas alongadas, estreitas e cobertas de pêlos. As suas flores, cor de malva, que nascem na extremidade dos caules, tornam-se muito vistosas.

Partes utilizadas: a raiz.


Fonte: A Saúde pelas Plantas Medicinais, Vol.2, de Jorge D. Pamplona Roger

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