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Abóbora (Cucurbita pepo L.) – Desinflama a bexiga e a próstata, expulsa os parasitas intestinais

Existem numerosas variedades cultivadas de abóbora, que produzem frutos que podem pesar desde meio quilo até mais de cinquenta.

Propriedades e Indicações: As sementes da abóbora, também chamadas pevides, e especialmente o seu gérmen, contêm até 35% de óleo; prótidos ricos em aminoácidos essenciais; e cucurbitacina, princípio activo que apresenta as seguintes propriedades e indicações:

Antiprostática: A afecção mais frequente da próstata, o adenoma (tumorização benigna), manifesta-se nos homens de idade madura por: perda de força do jacto da urina; polaquiúria (necessidade de urinar frequentemente e apenas um pequena quantidade), especialmente durante a noite e depois de viagens sentado; e, nos casos em que o estado é avançado, completa impossibilidade de urinar.

A cucurbitacina contida nas pevides de abóbora actua em particular sobre a próstata, desinflamando-a e travando a sua hipertrofia (crescimento excessivo) (1). Isto deve-se ao facto de que a cucurbitacina bloqueia a divisão das células glandulares da próstata (acção antimitótica), processo com o qual trava o crescimento desta importante glândula.

No entanto, há a considerar que, embora as sementes da abóbora possam travar o crescimento da próstata, e com isso aliviar os incómodos citados, em nenhum caso podem fazer desaparecer o crescimento excessivo já formado.

Anti-inflamatória urinária: O princípio activo das sementes de abóbora também actua sobre a bexiga, desinflamando-a e descontraindo-a. Daí que as sementes de abóbora sejam indicadas em caso de cistite, infecções urinárias, incontinência urinária, cistocelo (desprendimento da bexiga), bexiga neurogénica (irritação que se manifesta por um desejo constante de urinar) (1).

Vermífuga: A cucurbitacina actua soltando a cabeça da ténia (solitária) da parede do intestino. Também dá resultado contra outros parasitas intestinais, como os ascarídeos. Uma vez soltos os vermes, deve administrar- se um purgante para facilitar a sua expulsão.

A eficaz acção vermífuga das sementes de abóbora é isenta de perigo. Por isso, as pevides da abóbora são o ideal para as crianças que sofram de parasitas intestinais, em especial ténias ou ascarídeos (lombrigas) (2).

A polpa da abóbora, assada ou cozida, é muito rica em glícidos (hidratos de carbono). É um emoliente (suavizante) de todo o tubo digestivo, e possui um ligeiro efeito diurético e anti-inflamatório. É portanto indicada para quem sofra de:

problemas digestivos, como dispepsia (digestão difícil), acidez do estômago, prisão de ventre, fermentações ou putrefacções intestinais;

hemorróidas, pela sua acção suavizante e ligeiramente laxante.

afecções renais (como tratamento complementar): insuficiência renal, nefrite ou glomerulonefrite, edemas (retenção de líquidos), cálculos renais.


Chila

Da Cucurbita ficifolia Bauché, conhecida como chila ou abóbora-chila, obtêm-se os fios de chila muito usados em confeitaria.

 


Espécies afins: Cucurbita melopepo L., Cucurbita ovifera L., Cucurbita verrucosa L., Cucurbita maxima Duch.

Outros nomes: abóbora-porqueira, abóbora-de-coroa, cabacinha-riscada, cabacinha-verrugosa, abóbora-menina, abóbora-moganga. Esp.: calabacera, zapallo, calabacín, pipián, auyama, ayote, purú, sapuyo, vitoriera. Fr.: citrouille, courg. lng.: pumpkin.

Habitat: Algumas variedades são oriundas do Médio Oriente, enquanto outras são de origem americana. Precisa de terrenos húmidos e quentes. Actualmente cultiva-se em todo o mundo.

Descrição: Planta anual, da família das Cucurbitáceas, de caule rasteiro ou trepador, de até 1 m de comprimento. As folhas são muito grandes e cobertas de pelinhos picantes. As flores são amarelas e muito vistosas.

Partes utilizadas: as sementes (pevides) e a polpa do fruto.


Preparação e emprego

Uso interno

1-As sementes (pevides) podem comer-se frescas, secas ou cozidas, na quantidade de 50 a 100gr, duas ou três vezes ao dia.

2Quando se usam contra os parasitas intestinais, recomenda-se seguir o plano que passamos a indicar:

– Fazer jejum durante 12 horas (bebendo apenas água), a começar na tarde anterior ao tratamento

-Pesar de 200 a 400 g de pevides com casca (para os adultos, até 800 g). Depois de descascadas, esmagam-se num almofariz . Pode acrescentar-se açúcar escuro à pasta que se formou.

-Dividir esta pasta em três porções iguais, para o pequeno-almoço, almoço e jantar. Não comer outra coisa durante todo o dia, excepto cenoura, que também é anti-helmíntica.

-Uma hora depois da terceira toma administra-se um purgante (por exemplo, uma infusão de sene ou de cáscara-sagrada, ou sais de frutos, ou um par de colheradas de óleo de rícino).

-Observar as fezes. Se não tiver conseguido a expulsão dos parasitas, repete-se o processo ao fim de dois ou três dias.


O doutor Klein, médico vienês, observou que, na Transilvânia, a hipetrofia prostática era uma doença quase desconhecida. Um colaborador de Klein chegou à conclusão de que isso se devia provavelmente ao facto de que os habitantes dessa região do Centro da Europa consumiam grandes quantidades de sementes de abóbora.

Segundo Rondale, o efeito benéfico para a próstata, do consumo destas sementes, pode dever-se à sua riqueza no oligoelemento zinco, e nos ácidos gordos linoleico e oleico, a que alguns chamam impropriamente vitamina E.


Fonte: A Saúde pelas Plantas Medicinais, Vol.2,  de Jorge D. Pamplona Roger

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