
Erva-Sagrada – Hyssopus officinalis L.
A planta designada por erva-sagrada caracteriza-se principalmente pela cor branca das suas flores e pelo peculiar aroma que emana com maior intensidade ao aurorescer. Encontram-se nas montanhas virgens, nas suas zonas mais ricas em matéria orgânica.
O efeito purificador do hissopo é referido na Bíblia, numa descrição dos rituais de purificação apresentado no Livro do Levítico capítulo 14, versículo 4. “Purifica-me com hissopo e ficarei limpo” diz-nos também o salmo 51, versículo 9.
Conta-se que durante a peste negra alcançou grande prestígio devido à sua acção preventiva contra tão terrível mal e que alguns leprosos conseguiram desactivar a doença utilizando diariamente o hissopo na higiene e na alimentação. Desde então começaram a extrair uma essência das folhas verdes, conhecida por hissopina, que passou a ser empregue na medicina e na perfumaria.
Colheita: É preciso ter muito cuidado na seleção desta planta quando destinada às mezinhas, porque o hissopo vulgar contém compostos tóxicos. Colhem-se as folhas que já atingiram o total desenvolvimento, as inflorescências conforme vão alcançando a plenitude e, no Outono, cortam-se os ramos secos para vivificar a planta.
Conservação: As folhas verdes mantêm a vitalidade e a cor mais ou menos 5 horas. As inflorescências conservam o vigor de 2 a 3 dias. Podem secar-se. Quando secas, duram cerca de um ano.
Forma de utilização:
- Folhas e inflorescências frescas em emulsão ou maceração.
- Inflorescências secas em infusão.
- Ramos secos para uso externo.
Indicações: A emulsão proporciona uma melhor eficácia, destacando-se os seguintes efeitos: purificante, vitamínico, revigorante, diurético, aperitivo, carminativo, antiespasmódico, expectorante e vulnerário. Deve tomar-se em jejum e no intervalo das refeições para produzir uma acção purificadora mais intensa. A infusão proporciona principalmente os efeitos depurativo, tónico, diurético e vulnerário. Pode tomar-se uma pequena taça após o almoço. Ajuda o processo digestivo, evitando a astenia e a acumulação de resíduos tóxicos. As tisanas de hissopo bem aromatizadas fazem desaparecer de imediato sintomas da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas restituindo a lucidez e um melhor equilíbrio a nível físico e mental.
A maceração proporciona em especial os efeitos depurativo, emoliente e vulnerário. O produto obtido da planta macerada em azeite virgem emprega-se em diversas mezinhas e na culinária.
Exerce um efeito emulsionante tão eficaz que arrasta suavemente os resíduos tóxicos, mesmo os mais resistentes, como as mucosidades e a nicotina.
As tisanas e o macerado utilizam-se também no tratamento externo. A emulsão aplicada directamente na pele faz aumentar a tonicidade e a suavidade, atenuando o processo de envelhecimento, e ajuda a curar a acne. Os pachos quentes limpam profundamente, contribuindo para uma melhor higiene. O produto obtido pelo processo da maceração nutre e tonifica a pele, evitando a atonia, a celulite, ajudando a curar o herpes e outras moléstias que atacam o tecido cutâneo.
Para um tratamento de purificação toma-se de 1 a 1.5 litros de tisana por dia e aplicam-se a emulsão, as compressas e o azeite aromatizado. No caso de intoxicação ou qualquer moléstia no tecido cutâneo, segue-se esta mesma prescrição durante três meses. Reduz-se gradualmente consoante os resultados obtidos. Deve fazer-se o tratamento, como medida preventiva , uma vez por semana, prolongando-o por 3 meses, no mínimo, dado que se verificam frequentes reincidências.
Durante o tratamento das doenças cutâneas devem excluir-se os lacticínios e derivados porque agravam estes problemas.
Fonte: Guia Ecológico das Plantas Aromáticas e Medicinais de Zélia Sakai



