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Gengibre-amarelo – Gengibre-das-boticas – Zingibre officinale-Roscoe

É uma planta exótica que se encontra no estado espontâneo em diversas regiões tropicais. O seu desenvolvimento é muito lento, demorando o rizoma de 3 a 5 anos a atingir a maturidade. Na primavera desponta a parte aérea, constituída por um caule resistente e longas folhas verdes, semelhantes as folhas do bambu, chegando o Outono, a parte aérea muda a cor verde para um tom amarelado, acabando por secar e desaparecer. Entretanto a seiva desceu para o rizoma, que progressivamente se vai multiplicando formando um conjunto semelhante às articulações dos dedos das nossas mãos . Ao atingir a maturidade, apresenta uma cor amarela semelhante à da lua na fase do quarto minguante . Tem um peculiar aroma e o sabor é entre o acre e o picante. Nesta fase de vida, concentra as virtudes intrínsecas da planta.

Desde tempos remotos que se conhecem as virtudes curativas do gengibre . As mais evidentes são a capacidade purificadora e regenerativa, capaz de estimular o sistema imunológico.

Na época dos descobrimentos utilizou-se muito o gengibre devido à sua acção preventiva e curativa contra muitas doenças, nomeadamente o escorbuto, contraído  pelos marinheiros durantes as viagens  pelo longínquo oriente. Tornou-se uma das especiarias mais apreciadas e das mais caras . O gengibre alcançou grande fama principalmente no seu efeito afrodisíaco.

Colheita: Colhem-se os rizomas que já atingiram a maturidade, de preferência no outono e após  o período de lua cheia. O final da tarde é o momento mais propício para a colheita.

Conservação: Após a colheita lavam-se em água corrente e deixam-se escorrer. Nessa noite ficam ao luar. Mantêm o vigor mais ou menos 3 meses, depois começam a mirrar. Quando secos, conservam-se naturalmente muitos anos.

Forma de utilização:

  • Rizomas no estado natural em decocção, trituração e maceração.

Lava-se o rizoma e retira-se a parte exterior , que se utiliza em decocção. A parte interna, quando a raiz está fresca, corta-se em fatias finas e adiciona-se as saladas, sopas e outros alimentos já cozinhados, ou prepara-se pelo processo de trituração até a reduzir a uma pasta fina . Quando seca, o processo mais indicado é a trituração seguida da maceração. O produto  obtido tem múltiplas utilidades para tratamento interno e externo.

Para tisanas ou condimentos, a dose diária não deve exceder o tamanho da falangeta de dedo polegar próprio pois, em excesso, pode provocar perturbações a nível de estômago e intestino.

No uso externo a dose pode aumentar conforme os efeitos pretendidos. As compressas tem de ficar bem impregnadas de gengibre para proporcionar bons efeitos. O banho deve ficar bem aromatizado.

Indicações: A decocção proporciona os seguintes efeitos : purificante, energético, galactagogo, anti-reumático, antiobésico, afrodisíaco, aperitivo, expectorante, cicatrizante e vulnerário.

A tisana toma-se em jejum e no intervalo das refeições  para um melhor aproveitamento das suas intrínsecas virtudes.

A raiz do gengibre é um complemento alimentar muito importante. Administrada na alimentação diária, é um excelente reconstituinte do sistema digestivo e circulatório, estimulando e fortalecendo as defesas do organismo . Um dos resultados mais evidentes consiste de facto na melhoria da circulação, corrigindo a acumulação de sangue nas extremidades das mãos e dos pés.

No tratamento externo, aplica-se directamente na pele ou em compressas. Ajuda a curar a acne, a cicatrizar feridas, alivia dores lombares ou provocadas pelo reumatismo e pela gota. No banho ocasiona um aumento de energia que se prolonga durante horas.

Para uma maior eficácia, faz-se o tratamento interno e externo durante 5 dias consecutivos. Interrompe-se uns quantos dias, passando a fazer-se uma vez por semana, como medida preventiva.

As plantas que proporcionam um rápido aumento de energia, como é o caso de gengibre, devem ser administradas em pequenas doses, quer ser em tisanas quer ser em condimentos, tendo-se também em atenção as características e as condições físicas e psíquicas de cada pessoa. Um energético pode ser benéfico para a saúde ou pode exercer uma acção semelhante a uma chicotada dada a um cavalo cansado.  A reacção pode ser rápida, mas logo a seguir manifesta-se um estado de fadiga inevitável. É mais eficaz uma prescrição moderada aumentando-se progressivamente consoante os resultados obtidos, para que o estímulo se torne saudável e perdure para um longo período exercendo a sua acção vivificante, evitando-se a fadiga física e mental.

Fonte: Guia Ecológico das Plantas Aromáticas e Medicinais de Zélia Sakai

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