
Tratamento com a farmácia verde
Por qualquer razão, as plantas medicinais que induzem a menstruação são conhecidas pelo nome de emenagogos. Antes da existência da medicina moderna, as mulheres utilizavam os emenagogos por duas razões. Algumas utilizavam estas ervas como anticonceptivos que se tomavam depois de ter relações sexuais, e outras usavam-nas para tratar a amenorreia.
Os emenagogos já não são necessários para a anticoncepção, mas pode ser que ajudem na amenorreia. Nas minhas várias bases de dados há dezenas, se não mesmo centenas, de ervas e substâncias químicas de plantas ( que também se designam por “fitoquímicos”) que são emenagogos.
A leitora deveria consultar um técnico de saúde para que ele lhe diagnostique se tem amenorreia. O tratamento médico padronizado é a terapia de hormonas, mas os tratamentos de hormonas são complicados, requerem uma observação médica sofisticada e, em muitos casos, não conseguem bons resultados. Segundo a minha experiência, os emenagogos restabelecem frequentemente o fluxo menstrual normal e produzem um considerável alívio emocional. Seria melhor que a leitora consultasse um técnico de saúde para experimentar estas ervas suaves e seguras antes de recorrer às hormonas.
Da lista muito mais vasta da minha base de dados, aqui vão algumas das minhas favoritas:
- Árvore-da-castidade (Vitex agnuscastus): Num pequeno estudo realizado a vinte mulheres com amenorreia, deu-se-lhes quarenta gotas de um extrato de Vitex e foram observadas durante seis meses. Quinze delas completaram o estudo e dez destas conseguiram restabelecer os ciclos menstruais. Muitas vezes, a amenorreia está associada a níveis sanguíneos elevados de uma hormona chamada prolactina. Os fármacos que reduzem a prolactina em geral normalizam o ciclo menstrual. A árvore-da-castidade funciona exatamente como estes fármacos. A dose típica é de 20 mg diários de uma tintura feita dos frutos da árvore-da-castidade. Na Alemanha, os remédios de plantas medicinais são muito usados e frequentemente recomendados pelos médicos. Um preparado alemão muito popular para a amenorreia é uma tintura de frutos da árvore-da-castidade, acompanhada de celidónia-maior, cohosh preto e flor de pulsátila ou flor-de-páscoa (Pulsatilla vulgaris).
- Cohosh preto (Cimicifuga racemosa) e cohosh azul (Caulophyllum thalictroides): Para os índios norte-americanos, estas foram as ervas favoritas para os problemas ginecológicos. E sucede que o cohosh preto tem uma ação potente muito parecida com a do estrogénio e que o cohosh azul estimula as contrações uterinas.
- Cenoura (Daucus carota): Muitos dos descendentes dos alemães na Pensilvânia utilizaram a semente da cenoura-silvestre, a qual aparentemente é eficaz tanto utilizada como emenagogo como método anticonceptivo tomada após as relações sexuais. Investigadores índios confirmaram que a semente da cenoura tem uma atividade “anti-implementação” nos animais de laboratório.
- Aipo (Apium graveolens): As sementes do aipo contêm butilideftalido, uma substância química que ajuda a provocar o fluxo menstrual.
- Endro (Anethum graveolens): O composto apiol do endro é tão potente como emenagogo que a maioria dos ervanários que eu respeito alertam as mulheres grávidas para não utilizarem em concentrações medicinais. (Mas não entre em pânico; ingerir um pepino de conserva em endro está bem). Se a leitura deseja estimular o fluxo menstrual, pode preparar um chá utilizando duas colherzinhas de sementes maceradas.
- Alteia (Althaea officinalis): Esta planta medicinal contém mais de 4% de betaína, um fitoestrogénio e emenagogo que também se encontra na beterraba, na cenoura, na escarola, na aveia, na laranja e na mil-em-rama (milefólio, aquileia). Pode preparar um chá de alteia e mil-em-rama. Pode preparar um chá de alteia e mil-em-rama. Para um saboroso prato de vegetais que fornece uma boa dose de betaína, experimente cenouras, chard e beterrabas cozidas a vapor.
- Curcuma/Açafrão-da-índia (Curcuma longa): os médicos tradicionais na China e na Índia recomendam a curcuma para o tratamento da amenorreia. Não tenho razões para duvidar da sua segurança, mas também não posso garantir a sua eficácia. Provavelmente vale a pena prová-lo. Para uma dose medicinal, pode fazer um pouco de caril com muita curcuma ou preparar simplesmente um chá forte utilizando a erva.
- Ervas sortidas: As outras ervas que ajudam no caso de amenorreia são tão abundantes e estão tão disponíveis que sinto que não cumpro os meus deveres se não fizer uma lista com algumas delas. Podia combinar uma porção de qualquer dessas ervas que tenha à mão, deitá-las em água a ferver e deixá-las em infusão durante quinze minutos. Entre estas ervas estão as que se seguem: agrimónia, agripalma, alcaravia, angélica, angélica-da-china (também conhecida por dang-quai), aipo-selvagem, açafrão, betónica, calêndula (maravilha), chufa, coentros, cominho, zimbro (enebrina), erva-formigueira (chá-do-méxico), estragão, gaultéria, catária (nêveda-dos-gatos), funcho, hissopo, gengibre, alfazema, marroio, matricária, manjerona, mil-em-rama, oregão, salsa, cerefólio-selvagem, poejo, alecrim, papoila-da-searas, arruda, tanásia (tanaceto), tomilho, erva-cidreira e ilangue-ilangue.
Devo dizer que os frutos e as raízes com enzimas que decompõem as proteínas (proteolíticas) são emenagogos tradicionais. Entre eles incluem-se os figos, o gengibre, a papaia e o ananás.
Fonte: Farmácia Verde, de James A. Duke (adaptado)
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