Alface-brava-maior (Lactuca virosa L.) – Sedativa e indutora do sono
A alface das hortas, tenra e esbranquiçada, como se come normalmente em saladas, é praticamente destituída de propriedades medicinais. Ao contrário, a alface verde, completamente desenvolvida e madura, ou ainda melhor, a alface- brava, são um remédio muito apreciado desde a antiguidade.
Propriedades e Indicações:
As folhas contêm clorofila, sais minerais, vitaminas e um princípio amargo. Os princípios activos sobre o sistema nervoso, no entanto, encontram-se no látex branco que mana dos caules quando são cortados, do qual se obtém por solidificação o lactucário.
As folhas da alface, e especialmente o seu látex, possuem as seguintes propriedades:
–Sedativas (1,2,3), semelhantes às do ópio, embora, ao contrário deste, a alface seja isenta de efeitos nocivos, de modo que se pode usar inclusivamente para as crianças pequenas, a quem acalma a excitação e ajuda a conciliar o sono.
–Antiafrodisíacas (1,2,3): Ajuda a controlar a excitação sexual. Dioscórides dizia que “atalha os sonhos venéreos e reprime o desordenado apetite de fornicar”.
–Antitússicas (1,2,3): A alface é especialmente indicada nas tosses irritativas e na tosse convulsa.
Preparação e Emprego
Uso Interno
1-Decocção durante 10 minutos, com 100 g de alface por litro de água, da qual se ingerem três chávenas adoçadas com mel durante o dia e outra antes de deitar. Utilizar de preferência a alface-brava, ou a cultivada bem desenvolvida e florida.
2-Lactucário: Administram-se habitualmente de 0,1 a 1 g por dia.
3-Sumo fresco: obtido por meio de uma liquidificadora. Toma-se meio copo 2-3 vezes ao dia, e especialmente antes de deitar. Pode misturar-se com sumo de limão.
Outros nomes: alface-brava, alface-maior, alface-virosa. Esp.: lechuga silvestre, lechuga virosa. Fr.: laitue suavage, laitue vireuse. Ing.: prickly lettuce, bitter lettuce.
Habitat: Disseminada pelos terrenos secos e encostas pedregosas da Europa Central e Meridional.
Descrição: Planta da família das Compostas, que atinge desde 0,4 m até 1,5 m de altura quando está espigada. O seu caule é vertical e robusto, de cor verdosa ou violácea, e dele emergem grandes folhas de bordo dentado.
Partes utilizadas: as folhas e o látex.
Fonte: A Saúde pelas Plantas Medicinais, Vol.1, de Jorge D. Pamplona Roger