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bétula

Bétula (Betula alba L.) – Um bom alívio para as cólicas dos rins

Apesar do aspecto delicado desta árvore, o seu nome evoca os castigos de que eram objecto os alunos e pupilos de outros tempos, em que as suas varas finas e flexíveis se empregavam para sacudir os preguiçosos e os rebeldes. Ainda hoje, nas saunas dos países nórdicos, se utilizam os ramos da bétula para açoitar os braços e as pernas, com o fim de activar a circulação do sangue na pele. O grande médico e botânico renascentista italiano Mattioli baptizou-a de “a árvore nefrítica da Europa”. São muitas as aplicações desta árvore elegante. A sua madeira, e sobretudo o seu carvão, são excelentes. A sua casca é impermeável. Antigamente, os pastores fabricavam com ela vasos para líquidos, e até polainas para a neve.

Propriedades e Indicações:

As folhas e as gemas da bétula contêm sobretudo flavonóides (miricitrina e hiperósido), que lhe conferem um notável efeito diurético (eliminação de líquidos); e também princípios amargos, taninos catéquicos e óleo essencial. São estas as suas aplicações:

Edemas: Ajudam a eliminar os líquidos retidos no organismo, especialmente no caso de insuficiência renal ou cardíaca (1). As infusões de folhas de bétula não provocam, como outros diuréticos químicos, a perda de sais minerais com a urina, nem irritam os tecidos do rim. Pelo contrário, são capazes de regenerá-lo e desinflamá-lo, fazendo diminuir a eliminação de albumina com a urina nos casos de nefrose e insuficiência renal.

– Usam-se também com êxito no síndroma pré-menstrual (1). Tomando essa tisana durante os dias precedentes à regra, aumenta o volume de urina e diminui o inchaço dos tecidos, especialmente nas pernas, ventre e mamas.

Cálculos renais: As infusões de folhas e gemas de bétula facilitam a eliminação de areias da urina e impedem a formação de cálculos renais (1). Foi possível comprovar que, nalguns casos, podem inclusivamente dissolvê-los. O uso da infusão é indicado tanto durante o ataque de cólica nefrítica (do rim) como, de forma continuada, para evitar a formação de cálculos.

Depuração: As folhas e gemas da bétula possuem um efeito depurativo sobre as substâncias tóxicas que sobrecarregam o sangue, como o ácido úrico. É por isso que as tisanas preparadas com elas se tornam altamente benéficas no caso de gota ou artritismo (1).

Doenças da pele: Pelo seu efeito depurativo, o seu uso por via interna torna-se indicado para limpar a pele de impurezas nos casos de eczemas crônicos e celulite (1).

Chagas e feridas: Em aplicação externa, por meio de compressas, as folhas e gemas têm acção anti-séptica e cicatrizante sobre chagas e feridas, devido aos taninos que contêm (4).

A casca da bétula, como a do salgueiro e a da quina, têm propriedades febrífugas. Toma-se em decocção para fazer baixar a febre (2).

No princípio da Primavera, antes de aparecerem as folhas, serrando-se-lhe um ramo ou perfurando-se-lhe o tronco, a bétula pode fornecer todos os dias vários litros de deliciosa seiva. Esta seiva tem as mesmas propriedades descritas para as folhas, mas além disso constitui uma agradável bebida (3). As aldeãs do Norte da Europa bebem-na para ter uma pele tão branca e limpa como a casca da árvore.

Preparação e Emprego

Uso interno

1-lnfusão de 20 a 50 g de folhas e/ou gemas por litro de água. Pode-se tomar até um litro por dia. Como se torna um pouco amarga, convém adoçá-la com mel ou açúcar escuro. A adição de um grama de bicarbonato de sódio aumenta a eficácia da tisana de bétula, pois os seus princípios activos dissolvem-se melhor num meio alcalino.

2-Decocção de casca: de 50 a 80 g por litro de água. Ferver até ficar reduzida a metade. Tomar 2 ou 3 chávenas diárias adoçadas com mel.

3-Seiva: Ingere-se diluída em água (a 50%) à maneira de bebida refrescante. É preciso evitar que fermente.

Uso externo

4-Compressas sobre a pele: Aplicam-se com a mesma infusão que se descreveu para o uso interno.

Sinonímia científica: Betula verrucosa Ehrh., Betula pendula Roth.

Outros nomes: vidoeiro, bidoeiro, bédulo, vido. Esp.: abedul, biezo, bieso. Fr.: bouleau blanc, b. pendant. lng.: [silver] birch, white birch.

Habitat: Cresce nas montanhas do Norte da Espanha e da Europa, e no Canadá, onde forma extensos bosques, assim como em outras zonas frias e montanhosas do continente americano. Em Portugal, encontra-se cultivada nas serras do Norte e Centro do país.

Descrição: Árvore de aspecto gracioso, de folha caduca, da família das Betuláceas. Sobressai nos bosques pela brancura da sua casca, que se desprende em finas lâminas. Os seus ramos mais jovens são pendentes, daí o nome de Betula pendula, e com pequenos nódulos ou verrugas, de onde lhe vem outro dos seus nomes científicos: Betula verrucosa. Dá flores masculinas e femininas na mesma árvore.

Partes utilizadas: as folhas, as gemas, a seiva e a casca.

Fonte: A Saúde pelas Plantas Medicinais, Vol.2, de Jorge D. Pamplona Roger

Composto e postado por Ângela Barnabé

 

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